I think we should start wearing pink!

Hoje, dia 17 de Maio, é o Dia Internacional da Homofobia. Hoje, quando li que era celebrado o Dia Internacional da Homofobia, achei que devia escrever alguma coisa. Depois quando comecei a escrever apercebei-me que afinal não conseguia escrever nada. Já tanto foi escrito sobre a Homofobia. Já tantas hostes se levantaram em rebelião, a favor e contra. Já tanta tinta correu, já tantas teclas se gastaram sobre este tema. O que é que eu haveria de dizer sobre isto? O que é que eu haveria de poder acrescentar sobre este assunto? Acho que a pergunta a fazer não é essa. A pergunta é: porquê. Porque é que eu havia de ter alguma coisa a dizer ou a escrever sobre este assunto? Por todos os motivos. Por motivos pessoais, por motivos de crença, por motivos de orgulho e de amor. Parece-me que a homofobia, como qualquer tipo de preconceito ou discriminação, são problemas sociais e culturais gravíssimos. Não são só gravíssimos. São problemas capazes de mudar o rumo das histórias. Entranham-se em indivíduos ou em grupos sociais. Sim entranham-se, de uma forma mais ou menos profunda, mas entranham-se. Quando um bebé nasce, não nasce a odiar homossexuais ou chineses! Esta fobia ou discriminação é tida como parte da educação e dos princípios de muitos indivíduos. Educa-se e reeduca-se, de forma a delinear o certo e o errado. O bem e o mal. O preconceito é a extensão mais pura da falta de carácter. A homofobia é a forma mais pura da ignorância e do egoísmo. Quem vive à sombra desta discriminação é a forma mais pura da coragem e da bravura. É por este motivo que escrevo este texto. Não tenho como mote converter, ou tentar converter alguém, explicando ao preconceito o quão normais e boas pessoas são os homossexuais. Porquê? Porque, numa dimensão pessoal, não valem a pena. Estas pessoas não valem a pena, nem o esforço nem o intelecto. Vamos explicar a um pedófilo que é errado sentir-se atraído por crianças? Vamos explicar a um indivíduo que pratica violência doméstica que ele está errado? Podemos tentar. Quantas vezes? É uma luta que deve ser travada tendo em conta o nível de violência física e psicológica a que estas pessoas são capazes de sujeitar outras.
A 7 de Março de 2012, Navi Pillay, alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, escreve:
“While the significance of national and regional particularities and various historical, cultural and religious backgrounds must be borne in mind, it is the duty of States, regardless of their political, economic and cultural systems, to promote and protect all human rights and fundamental freedoms.”
O preconceito e a discriminação já levaram à execução das maiores atrocidades da história. Vamos continuar a olhar para este problema como se fosse um problema ligeiro? Inofensivo? Vamos tratar os assassinos e os pedófilos e os violadores como criminosos, mas estes indivíduos como pessoas perturbadas e com os valores em conflito? Até que aconteça o quê?
Dedico este texto às pessoas mais corajosas que já conheci na minha vida.