Um Manifesto. A Manifest .

Este manifesto é uma ode aos conceitos que são determinantes para a construção e preservação das sociedades, mas que são muitas vezes alvo de subversão, de interpretação, de minimização. São valores intangíveis, necessários e indispensáveis. A alteração dos valores vigentes num contexto cultural e social que está em permanente mutação. Conceitos como o amor, a amizade, a beleza, a normalidade adquirem agora novas conotações e significados. O que querem dizer, hoje em dia, estes valores? São conceitos inalteráveis? Esta adaptação involuntaria, pelas condições e relações que agora se impõem, é lenta e preconceituosa. A essência destes valores é o que se põe em causa. Qual será a definição mais verdadeira, mais assertiva? É possível aceitar que não exista uma definição? Sendo estes, conceitos tão omnipresentes, omniscientes, não é possível que esta definição seja individual e que cada um tenha direito à sua? A formatação mental e cultural dos padrões de “comum” e “normal” têm que ser alterados. As mentes têm que ser alteradas. Os corações têm que ser alterados. Amor é amor. Seja em que língua for. Mas cada um tem o seu. O meu manifesto é contra estes conceitos formatados, e a favor duma aceitação da alteração como sendo necessária. Como sendo urgente. As minorias aumentam e são voz de grandes mudanças. O processo de aceitação é difícil e moroso. Pretendo manifestar a voz de minorias que se embrenham na sociedade, de conceitos que já não coexistem da mesma maneira.

 This manifesto is an ode to the concepts that are crucial for the construction and preservation of societies, but they are often the target of subversion, interpretation, minimization. Are intangible, necessary and indispensable values​​. The changes to existing values ​​in a cultural and social context that is constantly changing. Concepts such as love, friendship, beauty, normalcy now acquire new meanings and connotations. What does this mean, nowadays, these values​​? Concepts are unalterable? This involuntary adaptation, the conditions and relationships that are needed now, is slow and prejudiced. The essence of these values ​​is that in dispute. What will be more assertive or truest definition? You can accept that there is a definition? Since these concepts are omnipresent, omniscient, is not that definition is individual and that each is entitled to his? The mental and cultural formatting standards of “common” and “normal” have to be changed. The minds have to be changed. The hearts have to be changed. Love is love. Be in any language. But each has his. My manifesto is formatted against these concepts, and in favor of an acceptance of the amendment as necessary. As urgent. Minorities are increasing and voice of great change. The acceptance process is difficult and time consuming. I want to express the voice of minorities nestling in society, the concepts that no longer coexist in the same manner.

 

Reciclagem ou falta de inspiração? Recycling or lack of inspiration?

Estamos naquela altura do ano em que se desvendam tendências, obrigatoriedades e proibições. Estamos naquela altura do ano em que mentes brilhantes, conquanto que existirão as menos brilhantes, revelam no que se transformaram as inspirações e agnição que mastigaram durante os meses anteriores. O desfecho de trabalhos de síntese ou conceptualismo, de revivalismo ou transformação, é apresentado agora, durante as Semanas da Moda das principais capitais. Ainda que nutram um completo desdém por tendências, ou por fashion victims, desenganem-se os céticos: adeptos ou não, seguidores ou não, é importante reconhecer que são estes senhores e senhoras que ditam o que é permitido, ou proibido, adorar num futuro próximo. Este é o mote para o que se vem a observar durante várias temporadas mas, nenhuma altura se apresenta como tão adequada, como quando o mundo está de olhos voltados para o próprio tema em análise.
Facto mais do que consumado, e argumento irrefutável, é que a moda é um ciclo de reinvenção e reciclagem de inspirações e ideias. Complexo fenómeno, resultante de observações e influências socioculturais do contexto em que se desenvolve, a moda reflete a sociedade e a época da qual é resultado.
Assim sendo, e tentando fazer coexistir estes dois conceitos, observam-se tendências intrínsecas a diversos períodos. Vejam-se os anos 70, marcados pela libertação sexual, o feminismo e as experiências com drogas psicadélicas, que resultaram em peças de afirmação, de notável portento, como as calças à boca de sino, as peças brilhantes e com formas ultra – exageradas, reflexos de uma revolução ideológica e cultural; ou a década de 80, marcada pela saída da roupa de ginástica e aeróbica para as ruas, reflexo do culto do corpo, veja-se o Dirty Dancing e Fame, o êxtase da mulher como personalidade no mundo do trabalho e os consequentes fatos femininos da Armani. Durante toda a história humana, o que vestimos é um espelho de como e de quando vivemos. O que é curioso é a reciclagem e reutilização da estética de décadas anteriores em coleções do presente, de uma forma tão sucessiva.
Introduzindo a questão, pomos assim: a moda é um ciclo; se observada a história da evolução da moda nota-se, periodicamente, um reaproveitamento de linhas estéticas passadas; pode reparar-se que, cada década, nos seus meandros culturais, sociais e económicos, tem as suas peças-chave, os seus cânones visuais bem definidos. Posto isto, seria fácil identificar o que nos definiu nas últimas duas décadas. Ou é necessária alguma distância temporal para o fazer? Porque é possível concluirmos que as últimas coleções de moda, dos designers e estilistas, são inspiradas em décadas passadas. Mas, esta reciclagem acontece porque nos revemos nas atitudes e valores de determinadas décadas, ou porque esgotamos a fonte de ideias e, mais importante, das criações novas (veja-se agora aparecer uma Mary Quant e inventar a minissaia)?
O estilo conceptual, dando valor a uma estética minimal e trabalhando com a essência das coisas em vez das coisas em si, é, sem dúvida, uma tendência contemporânea. Mas será esta tendência, esta filosofia e modo de estar, um beco sem saída? A nossa única opção depois de tanta reciclagem inventiva?
 

 We’re at that time of the year when trends, mandatory things and prohibitions are revealed. We’re at that time of the year when minds, even the less brighter, reveal what became the inspirations and knowledge they chewed during the previous months. The outcome of the work of synthesis or conceptualism, the revival or transformation, is now presented during the Fashion Weeks of the major capitals. Although you nurture a complete disdain for trends or fashion victims don’t get mistaken skeptics: fans or not, followers or not, it is important to recognize that these gentlemen and ladies dictate what is allowed or forbidden love in a future next. This is the motto for which it is to be observed during several seasons but no time is presented as appropriate, such as when the world’s eyes are focused on the very subject under review.
That more than accomplished, and irrefutable argument, is that fashion is a cycle of reinvention and recycling of inspirations and ideas. Complex phenomenon, resulting from observations and sociocultural influences the context in which it develops, fashion reflects society and timing of which is the result.
Therefore, trying to coexist with these two concepts, we observe intrinsic tendencies to various periods. Look at the ’70s, marked by sexual liberation, feminism and experiences with psychedelics, which resulted in parts of affirmation remarkable portent, as pants to bell mouth, the bright parts and ultra shapes – exaggerated, reflections of an ideological and cultural revolution; or 80s, marked by the departure of clothing and aerobics to the streets, reflecting the cult of the body, see Dirty Dancing and Fame, the ecstasy of woman like you in the world of work and the consequential facts of female Armani.
Throughout human history, what we wear is a mirror of how and where we live. What is curious is the recycling and reuse of the aesthetics of previous decades in collections of nowadays, such a succession.
Introducing the issue, put like this: fashion is a cycle; observed if the history of the evolution of fashion is noted periodically a reuse of past aesthetic lines; can repair that, every decade, in their cultural, social and economic intricacies, has its key parts, its well-defined visual canons.
That said, it would be easy to identify what defined us in the past two decades. Or some time away to do so is needed? Because it is possible to conclude that the latest collections of fashion designers and stylists are inspired by decades past. But this recycling happens because we review the attitudes and values of certain decades, or because they deplete the source of ideas and, more importantly, new creations (see yourself now and up a Mary Quant invented the mini-skirt)?
The conceptual style, giving value to a minimal aesthetic and working with the essence of things instead of the things themselves, is undoubtedly a contemporary trend. But is this trend, this philosophy and way of being, a dead end? Our only option after so inventive recycling?

 

I think we should start wearing pink!

Hoje, dia 17 de Maio, é o Dia Internacional da Homofobia. Hoje, quando li que era celebrado o Dia Internacional da Homofobia, achei que devia escrever alguma coisa. Depois quando comecei a escrever apercebei-me que afinal não conseguia escrever nada. Já tanto foi escrito sobre a Homofobia. Já tantas hostes se levantaram em rebelião, a favor e contra. Já tanta tinta correu, já tantas teclas se gastaram sobre este tema. O que é que eu haveria de dizer sobre isto? O que é que eu haveria de poder acrescentar sobre este assunto? Acho que a pergunta a fazer não é essa. A pergunta é: porquê. Porque é que eu havia de ter alguma coisa a dizer ou a escrever sobre este assunto? Por todos os motivos. Por motivos pessoais, por motivos de crença, por motivos de orgulho e de amor. Parece-me que a homofobia, como qualquer tipo de preconceito ou discriminação, são problemas sociais e culturais gravíssimos. Não são só gravíssimos. São problemas capazes de mudar o rumo das histórias. Entranham-se em indivíduos ou em grupos sociais. Sim entranham-se, de uma forma mais ou menos profunda, mas entranham-se. Quando um bebé nasce, não nasce a odiar homossexuais ou chineses! Esta fobia ou discriminação é tida como parte da educação e dos princípios de muitos indivíduos. Educa-se e reeduca-se, de forma a delinear o certo e o errado. O bem e o mal. O preconceito é a extensão mais pura da falta de carácter. A homofobia é a forma mais pura da ignorância e do egoísmo. Quem vive à sombra desta discriminação é a forma mais pura da coragem e da bravura. É por este motivo que escrevo este texto. Não tenho como mote converter, ou tentar converter alguém, explicando ao preconceito o quão normais e boas pessoas são os homossexuais. Porquê? Porque, numa dimensão pessoal, não valem a pena. Estas pessoas não valem a pena, nem o esforço nem o intelecto. Vamos explicar a um pedófilo que é errado sentir-se atraído por crianças? Vamos explicar a um indivíduo que pratica violência doméstica que ele está errado? Podemos tentar. Quantas vezes? É uma luta que deve ser travada tendo em conta o nível de violência física e psicológica a que estas pessoas são capazes de sujeitar outras.
A 7 de Março de 2012, Navi Pillay, alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, escreve:
“While the significance of national and regional particularities and various historical, cultural and religious backgrounds must be borne in mind, it is the duty of States, regardless of their political, economic and cultural systems, to promote and protect all human rights and fundamental freedoms.”
O preconceito e a discriminação já levaram à execução das maiores atrocidades da história. Vamos continuar a olhar para este problema como se fosse um problema ligeiro? Inofensivo? Vamos tratar os assassinos e os pedófilos e os violadores como criminosos, mas estes indivíduos como pessoas perturbadas e com os valores em conflito? Até que aconteça o quê?
Dedico este texto às pessoas mais corajosas que já conheci na minha vida.

 

Felicidade engarrafada. Bottled Hapiness.

A comunicação, tal como diversas áreas de conhecimento, é uma área dinâmica e adaptável ao contexto social, económico, político e cultural em que se desenvolve. Atualmente, vivemos em que contexto? As campanhas são pensadas com um segmento – alvo. Mas há factores que são comuns a vários povos, a várias culturas, a várias regiões geográficas. Lá vamos nós mencionar o mesmo: a crise. A crise que é muito mais do que financeira, económica e política. A crise mundial que é social e cultural. A crise que é tão grave que já é uma crise humana. Como é que esmiuçámos isto? É evidente que o que está na origem de toda esta ruína humana é a fome; é a falta de poder económico para colmatar a falta de bens essenciais como a luz, a água, e o gás; é o desespero de não encontrar um emprego que nos proporcione uma esperança (ainda que provisória); é a percentagem de população que está a viver abaixo do limiar da miséria. Estes são os “desesperos” palpáveis. É a vontade de comer, de dormir e de respirar. Depois disto, ainda que caminhem de mãos dadas, vêm as emoções. Humanas. O desespero, a miséria de espírito, a falta de esperança, a falta de amor e de amizade (porque o lema passou a ser “salve-se quem puder”), ou o herói que nasce, fruto da compaixão, da empatia, da pena. Ainda que a crise toque, de uma forma ou de outra, a todos, existe algo que supera esta universalidade: as emoções. Não existe uma meia amizade ou uma meia esperança ou uma meia tristeza. Uma emoção é sentida. Não é meio sentida. Pode existir em diversos graus de intensidade. Mas uma vez sentida, ela entranhou-se, nem que por breves instantes, na nossa alma. Toda esta realidade só se mostra de uma forma para quem trabalha em comunicação: vamos dar às pessoas aquilo que as pessoas precisam. A Coca – Cola oferece felicidade , a Dove mostra-nos o que é a beleza real, e a Benetton faz renascer a esperança na integridade. Isto é só uma amostra do que por aí há e do que por aí vem. A melhor forma de vender um produto é criar uma emoção em volta desse produto que surge como promessa de existência dessa mesma no consumidor. A Coca-Cola é irmã da felicidade. Em tudo o que a Coca-Cola vende, existe um pingo de felicidade. Então porque é que eu não posso comprar um bocadinho de felicidade engarrafada e bebê-la até me sentir extasiada? Posso. Tenho um mundo de possibilidades emocionais para conhecer, escolher e adquirir. Mas preciso de ter dinheiro. Preciso de ter dinheiro para comprar amor, felicidade, amizade, esperança… Tudo muito bem. E se não tiver? E se não tiver maneira de comprar todas essas emoções prometidas e que se nos afiguram em montras transparentes e brilhantes? O que é pior para uma humanidade com o coração destroçado? Saber que a Dove promete às mulheres que elas são mais bonitas do que o que pensam, e acreditar que ainda existe magia e esperança ao fundo do túnel? Ou saber que existe um mundo inteiro de emoções à minha espera mas que eu não as posso ter?

MGM

Não tenciono atentar à liberdade de expressão com esta passagem. Ainda menos alvitrar sobre o consumo de marijuana ou a sua legalização. Existem distintas formas de manifestar posições e pareceres, e eu sou a favor que o façam de todas as maneiras civilizadas e eficazes que subsistem.
Este é um parecer sobre as marchas a favor da legalização da marijuana, não pelo seu valor conceptual mas pelo seu valor egoísta. É um acto puro de comunicação. É, de facto, a favor de uma utilização livre e despejada de constrangimentos a nível medicinal, industrial e recreativo. Sendo um dos argumentos mais usados o facto de ser uma substância que não faz vítimas mortais, enquanto existem outras (legais) que fazem. Contra factos não existem argumentos. Li, também, que um dos maiores argumentos para quem se manifesta contra a legalização é: se não sabes do que falas mais vale estares calado. Vamos ver: se a lei da liberdade de expressão se aplica a quem se manifesta a favor, também tem que existir para quem se manifesta contra. Não se é necessariamente ignorante sobre as questões, só porque não se concorda com elas. Podem existir argumentos válidos para essa contrariedade. E esses devem ser tão respeitados como os anteriores.
A MGM (Marcha Global da Marijuana) deu-se este ano em Lisboa, Porto, Braga, Coimbra e Leiria. A manifestação dá-se no primeiro final de semana de Maio, todos os anos, em todo o mundo (no Brasil esta data coincide com o Dia da Mãe e portanto ocorre noutros fins de semana do mesmo mês) e teve início em 1994. Facto1.
Facto 2: estamos num país imerso numa crise sem precedentes, estamos imersos numa crise mundial imensa, os valores sociais e culturais estão a ser deturpados por mentes em desespero, o tráfico sexual, humano e de órgãos aumenta a olhos vistos, a pedofilia é um problema crescente na sociedade. Podia continuar com esta lista mas detenho-me por achar suficiente. O que me faz escrever este artigo é: a Manifestação Global da Marijuana é um reflexo do sentido egoísta de que a humanidade padece. O consumo, tráfico e o cultivo de marijuana é puramente individual e não sofre de nenhum tipo de compaixão ou se tornará algum dia uma causa maior.
Facto 3: Em 2011, segundo o Observatório de Tráfico de Seres Humanos 86 pessoas foram alvo deste crime em Portugal. Os homens constituem a maior percentagem de tráfico humano em Portugal para trabalho escravo, enquanto as mulheres e crianças servem para tráfico sexual. O tráfico de pessoas, segundo a organização “Juntos contra o tráfico de seres humanos” é o terceiro comércio ilegal mais lucrativo, depois do de armas e droga, em todo o mundo. Portugal, segundo o Relatório sobre Tráfico de Pessoas 2007, é destino de tráfico humano do Brasil, Ucrânia, Moldávia, Rússia e Roménia. Claro que uma manifestação sobre este propósito seria puramente altruísta e dedicada aos nossos e aos outros. Aos que foram, aos que são e aos que virão a este mundo.
Onde é a Marcha Global contra o Tráfico Humano?
 
I do not intend to exterminate freedom of expression with this passage. Even less opine on the consumption of marijuana and its legalization. There are different ways of expressing views and opinions, and I am pleased that people express it in every civilized and effective ways that remain.

This is an opinion on the march for the legalization of marijuana, not for its conceptual value but for its selfish value. It is a pure act of communication. It is in fact in favor of a free use of constraints and dumped at medical, industrial and recreational. One of the arguments most commonly used is that it is a substance that doesn’t cause deaths, while there are other (legal) that do. There are no arguments against facts. I read, also that one of the biggest arguments for those who spoke against legalization is that if you do not know what speech is better to be silent. Let’s see: if the law of freedom of expression applies to anyone who is manifested in favor, must also exist for those who spoke against. People are not necessarily ignorant about the issues, just because they don’t agree with them. There may be valid arguments for this annoyance. And these should be as respected as before.
MGM (Global Marijuana March) took place this year in Lisbon, Porto, Braga, Coimbra and Leiria. The event takes place the first weekend of May every year around the world (in Brazil this date coincides with Mother’s Day and therefore occurs in other weekends of the month) and started in 1994. First fact.
Fact 2: We are a country immersed in an unprecedented crisis, we are immersed in a huge global crisis, the social and cultural values ​​are being misrepresented by minds in despair, sex, human and organs trafficking increases visibly, pedophilia is a growing problem in society. I could continue this list but I pause for thinking it is enough. What makes me write this article is: Manifestation of Global Marijuana is a reflection of a selfish sense that humanity suffers. Consumption, trafficking and cultivation of marijuana is purely individual and not suffering from any kind of compassion or ever will become a greater cause.
Fact 3: In 2011, according to the Observatory on Trafficking in Human Beings 86 people were the target of this crime in Portugal. Men make up the largest percentage of human trafficking in Portugal for slave labor, while women and children are for sex trafficking. Human trafficking, according to the “Unite against human trafficking” is the third most lucrative illegal trade, after drugs and weapons around the world. Portugal, according to the Trafficking in Persons Report 2007, is destiny of human trafficking from Brazil, Ukraine, Moldova, Russia and Romania. Of course, a manifestation of this purpose would be purely altruistic, and dedicated to our and others. Those who were and those who are to come into this world.
Where is the Global March against Human Trafficking?

Hate ou UnHate. Eis a questão. | Hate or UnHate. That is the question

A mais recente polémica do mundo publicitário (e não só) está relacionada, mais uma vez, com a Benetton. Importantes líderes políticos e sociais, que se encontram em orientações e ideologias contrapostas, beijam-se. Esta é a imagem que é explorada e associada ao slogan “UnHate”. Previsivelmente, a imagem do Papa Bento XVI, a beijar Sheik da mesquita Al-Azhar, foi banida da vista pública e considerada um ultraje contra a igreja católica. Fundamentalismos à parte, as imagens divulgadas e aceites pelo público de forma espontânea, mas também chocante, foram alvo de muitas críticas sociais, éticas, políticas e morais. Aceites por uns como postura política e por outros como símbolo de liberdade de expressão, estas campanhas atingiram o objectivo: fale-se bem ou fale-se mal, fala-se sempre sobre elas. O que me parece importante escrever, e encontro um grande número de indivíduos a desconhecer, é que esta campanha pertence à Fundação UnHate, fundada por Alessandro Benetton, e não à United Colors of Benetton. Esta arrojada campanha tem, então, o intuito de publicitar os valores da Fundação e não da marca. Valores estes que me parecem muito bem trabalhados, na medida em que a comunicação é perfeitamente apropriada aos objectivos da Fundação. O beijo foi escolhido como um gesto mundial de amor e de paz (essa velha máxima) e não como um gesto com alguma carga sexual incutida. O objectivo da Fundação é a cultura da tolerância, a não-violência, o amor pelo próximo, a compaixão e a esperança, os sentimentos positivos e a igualdade entre seres. Parece-me que os objectivos desta campanha são mais nobres do que o problema da irreverência na comunicação. Não são inéditos e podem até ser utópicos, mas, como em todas as campanhas que se revelaram inesperadas, os valores são o objectivo principal. Não é verdade que todos conhecíamos as imagens chocantes nos maços de tabaco, em França, alusivas aos malefícios dos cigarros para a nossa saúde? Não é verdade que as melhores campanhas do mundo sobre acidentes rodoviários são perturbantes e mostram o lado da realidade que nos aparece sempre camuflado e que preferimos não contactar? Em todos estes trabalhos de comunicação o objectivo foi mais nobre e relevante do que os problemas de susceptibilidade. A susceptibilidade é hoje muito relativa. Com tudo o que nos é entregue de bandeja, o nosso problema é a campanha UnHate? Soa-me a ultrajante é o que dissimulamos porque não queremos ver. E portanto, se não vemos a bem vemos a mal. Un – Hate.
________________________________________
The most recent controversy in the advertising world (and beyond) is related, once again, with Benetton. Important political and social leaders, who are in opposing orientations and ideologies, kiss each other. This is the image that is explored and associated with the slogan “UnHate.” Predictably, the image of Pope Benedict XVI, kissing Sheik of Al-Azhar mosque, was banned from public view and considered an outrage against the Catholic Church. Fundamentalism aside, the images posted and accepted by the public spontaneously, but also shocking, were the subject of social, ethical, political and moral critics. Accepted by some as political posturing and by others as a symbol of freedom of expression, these campaigns achieved the goal: no matter you speak well or you speak badly, you speak about them. What seems important to write, and I found a large number of individuals that ignore it, is that this campaign belongs to UnHate Foundation, founded by Alessandro Benetton, not to the United Colors of Benetton. This bold campaign aims to publicize the values of the Foundation and not the brand. These values seem to be very well worked and the communication is perfectly suited to the objectives of the Foundation. The kiss was chosen as a gesture of love and world peace (that old maximum) and not as a gesture with a sexual charge inculcated. The aim of the Foundation is the culture of tolerance, nonviolence, love to next, compassion and hope, positive feelings and equality among people. It seems to me that the objectives of this campaign are nobler than the problem of irreverence in communication. Are not unprecedented and may even be utopian, but, as in all the campaigns that have proved unexpected, the values are the main objective. It is not true that everyone knew the shocking images on cigarette packs, in France, alluding to the harmful effects of cigarettes to our health? It is not true that the best campaigns on road accidents in the world are disturbing and show the side of reality that always appears in disguise and we prefer not to contact? In all these works the aim of communication was more noble and important than the problems of susceptibility. The susceptibility is now very relative. With everything that is delivered to us on a platter, our problem is the UnHate campaign? What sounds outrageous to me is what we hide because we do not want to see. And so if we do not see gently we are going to see badly. Un – Hate.

A sustentável leveza do ser | The sustainable lightness of being

Vai falar-se de design sustentável. Outra vez de design sustentável. Parece-me que é um termo que anda “na boca do povo” e que, de tanto ser falado, já está gasto. Igualmente me parece que “quem conta um conto acrescenta um ponto” e, portanto, o conto sobre o design sustentável já se conta com muitos pontos acrescentados. Talvez a sustentabilidade, ou o seu valor agregado a um produto, já seja visto como tendência de moda mais do que necessidade premente de uma sociedade à beira da ruptura. Esta sociedade global foi, e é, mais assinalada pelo seu hiperconsumo e superpopulação do que propriamente pelos seus esforços de consciencialização. Em épocas de crise, e já transpusemos várias, procuram-se estratégias que nos aclarem a vereda. Procuram-se estratégias que nos tragam, miraculosamente, uma solução. Hoje, devem ser mudadas tanto as estratégias, como as tácticas e as políticas. O meio para atingir os fins é que deve ser repensado e não os fins sem meios. A principiar pelo pensamento, talvez se deva inverter um pensamento local que leve a uma actuação local, para um pensamento e actuações globais. Vamos instituir o pressuposto de que subsiste a necessidade iminente de um equilíbrio entre a oferta e a procura, um equilíbrio de produção e de consumo. A verdade é que este ciclo de oferta e procura foi vicioso. Este vício não nos é, agora, consentido. Devem observar-se estas problemáticas à luz de graves problemas ambientais, de comunidades no abismo da auto-suficiência, de uma economia recessiva e de alterações culturais e sociais sem precedentes. É nestes pressupostos onde actua o design sustentável que, deve escrever-se, é diferente de design ecológico. Este último abrange a preocupação com os materiais usados e as técnicas de produção dos produtos. O design sustentável abarca uma área tanto tangível como imaterial. Abarca comunidades inteiras que não se sustentam nem sobrevivem sem ajuda externa, abarca preocupações ambientais e de consumo, abarca técnicas de produção e, mais importante que tudo isto, fá-lo de forma a obter resultados positivos em comunidades e locais que requerem soluções. Para isto, mobilizam-se todas as áreas do saber, e todos os sujeitos que as personificam, para conquistar alterações optimizadas, tanto nas comunidades como no ambiente. Actualmente, já não é suficiente a consciencialização da problemática ambiental e ecológica, é preciso mobilizar esforços para materializarmos soluções que criem sustentabilidade através de um equilíbrio ambiental, financeiro e cultural. O design sustentável actua, ou deve actuar, em todas as áreas, em todos os sectores, nas mentes colectivas e na mente de cada um. O primeiro passo é, sim, a consciencialização do contexto em que nos inserimos presentemente. Mas não pode trabalhar e definir-se o objectivo como sendo apenas a sensibilização. Devem materializar-se soluções, deve actuar-se em conjunto e conjugar conhecimentos e experiências. A sustentabilidade parte do ser. Do meu, dos vossos e dos que vêm.

 

It is going to be spoken about sustainable design. Again of sustainable design. It seems to me that it is a term that walks “in the mouth of the people ” and that, of so much being spoken, already it is spent. Equally it seems to me that “the one who counts a story adds a point” and, so, the story of sustainable design has already many added points. Perhaps the sustainability, or his value added to a product, already is seen as a fashion trend more than a pressing necessity of a society on the edge of the break. This global society was, and it is, more marked by his hyper consumption and overpopulation than properly for his efforts of raising awareness. In times of crisis, and we already transposed some, we looked for strategies that clarify us the path. There for are looked strategies that swallow us, miraculously, a solution. Today there must be changed both the strategies, and the tactics and the politics. The way to reach the ends is which should to be rethought and not the ends without the ways. Beginning for the thought, perhaps it should be alter a local thought that leads to a local acting, for a thought and global actings. We are going to set up the presupposition of which the imminent necessity of a balance exists between the offer and the search, a balance of production and of consumption. The truth is that this cycle of offer and search was vicious. This vice is not, now, allowed to us. These problems must be observed by the light of serious environmental problems, communities in the abyss of the auto-sufficiency, of an economy that is sinking and of unprecedented cultural and social alterations. It is in these presuppositions where the sustainable design acts and that, must be written, is different from ecological design. The last one includes the preoccupation with the worn-out materials and the production techniques of the products. The sustainable design comprises an area so much tangible like immaterial. Comprises whole communities that are not supported, do not even survive without extern help, comprises environmental and consumption preoccupations, comprises production and, more important than completely this, it does it in the form to obtain positive results in communities and places that are needing for solutions. For this, all the areas of knowledge are mobilized, and all the subjects that personify them, to conquer optimized alterations, both in the communities and in the environment. At present, there is not sufficient the raising awareness of the environmental and ecological problematics, it is necessary to mobilize efforts in order to materialize solutions that create sustainability through an environmental, financial and cultural balance. The sustainable design acts, or must act, in all the areas, in all the sectors, in the collective minds and in the mind of each one. The first step is, yes, the raising awareness of the context in which we insert ourselves at present. It cannot work if only we define that  the objective is only the awareness. Solutions must materialize; we must act together and conjugate knowledges and experiences. Sustainability starts on our being. Of mine, of yours and from what they come.

Porquê Acari | Why a courteous analyzis of revisited ideas?

Ideias revisitadas e análises corteses. Qual será a ligação de tão dissemelhantes noções? O sustentáculo deste blog partiu exactamente destes dois conceitos. Sendo este um espaço criado com base nos fenómenos de moda e nas alterações, tanto comunicacionais como estruturais, das marcas de moda, foi quase mecânica a noção de ideias revisitadas. Se a moda nos aparece como um reflexo fidedigno do estado sociológico, cultural e económico (muitas vezes até político) em que se encontra a humanidade, de um modo geográfico geral ou particular, também se mostra como um eco do passado e do presente. De um passado influenciador e progressivo. De um passado que nos levou onde nos encontramos. Não é de conhecimento geral a visita que se tem feito às silhuetas e paletas das últimas décadas do século passado? As tendências de lifestyle não se aconchegam a tendências passadas? Parece-me que encontramos aqui a noção de ideias revisitadas. Se existe alguma coerência na moda é a criação de uma ideia, que à partida nos parecerá efémera, e que umas temporadas mais tarde será trazida de volta. Como se de um sinal de respeito e cortesia se tratasse para com uma ideia defunta. O objectivo deste blog vai por este caminho: as ideias são criadas por alguém mas aqui são analisadas e esmiuçadas. Analisam-se respostas, soluções, criações positivas ou desastrosas. Analisam-se todos estes tópicos. Mas de forma cortês. Porque o passado merece essa gentileza da nossa parte. Por nos trazer onde nos encontramos. Por nos dar ideias para revisitar.

 

Revisited ideas and courteous analysis. What is the connection of such dissimilar notions?The mainstay of this blog went exactly from these two concepts. Since this is a space created on the fashion phenomenons and the changes, both structural and communicative,of fashion brands, it was almost mechanical the notion of revisited ideas. If the trend appears to us as a true reflection of the sociological, cultural and economical state (often even political) in which humanity finds itself, in a general or private geographical way , is also an echo of the past and the present. Of an influential and progressive past. From a past that brought us where we are. Isn’t it common knowledge that fashion brought again the silhouettes and palettes of the last decades of the last century? The trends in lifestyle does not huddle over past trends? It seems to me that we find here the notion of revisited ideas. If there is some consistency in fashion is the creation of an idea, which initially will seem ephemeral, and that a few seasons later will be brought back. As a sign of respect and courtesy to a dead idea. The purpose of this blog goes this way: the ideas are created by someone but here, they are analyzed and scrutinized. We analyze answers, solutions, positive or disastrous creations. We analyze all these topics. But courteously. Because the past deserve this kindness on our part. For bringing us where we are. For giving us ideas to revisit.